sexta-feira, 11 de junho de 2010

ENTENDA A SITUAÇÃO DE ISRAEL APÓS ATAQUE À NAVIO


Na história dos conflitos no Oriente Médio, saber qual lado está com a razão, se palestinos ou israelenses, sempre envolveu um complexo dilema moral. Nos últimos anos, porém, as respostas violentas do Estado israelense às ofensivas dos terroristas islâmicos fizeram parcela da opinião pública deixar de ver Israel como um oásis de democracia numa região de teocracias (o que, de fato, Israel é) para transformar o país apenas no algoz de 1,5 milhão de palestinos confinados na Faixa de Gaza.

O desastrado ataque a uma flotilha (frota de navios de pequeno porte) no dia 31 de maio de 2010 só serviu para dar mais força a essa visão. Nove civis foram mortos a bordo do Mavi Marmara, navio de bandeira turca. A chamada "Flotilha da Liberdade", formada por seis embarcações, levava, supostamente, 10 mil toneladas de ajuda humanitária para a população de Gaza.

Os ativistas tentavam furar o bloqueio ao território palestino, imposto por Israel e Egito depois que o grupo terrorista Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza, em 2007. Entre os passageiros estavam políticos, jornalistas, religiosos e uma cineasta brasileira.

Os militares interceptaram o comboio em águas internacionais, a 52 quilômetros da costa de Israel, após os navios terem ignorado ordens para atracarem no porto israelense de Ashdode, a fim de terem a carga inspecionada, antes de seguir viagem.

De acordo com a versão oficial, soldados desceram por meio de cordas de helicópteros no convés e foram atacados por ativistas armados de paus, barras de ferro e facas. Um segundo grupo pediu permissão para usar armas de fogo, foi autorizado e atirou contra os ocupantes do navio. Vídeos feitos pelos israelenses mostram soldados sendo agredidos pela tripulação, mas não a reação dos militares.

O bloqueio marítimo, quando justificado, é legitimado por leis de direito internacional. Entretanto, como a flotilha foi interceptada em águas internacionais, a ação pode ter sido ilegal do ponto de vista jurídico.

A flotilha era liderada pelo grupo pró-palestinos Movimento Gaza Livre e pela organização turca Insani Yardım Vakfi, que o governo de Israel acusa de ter relações com os grupos terroristas Hamas e Al Qaeda. A organização turca foi fundada em 1992 para levar ajuda a bósnios durante a Guerra da Bósnia e Herzegovina (1992-1995), está presente em 120 países e esteve em desastres recentes, como o terremoto no Haiti.

O objetivo do grupo era claramente desafiar o bloqueio e chamar a atenção para a causa palestina. A operação, no entanto, custou a Israel muito mais que prejuízo político: fortaleceu o seu inimigo, o Hamas, e isolou o país.

A tensão em Gaza também voltou a aumentar nos últimos dias. No dia 5 de maio, a Marinha israelense impediu outro navio, o irlandês Rachel Corrie, de furar o bloqueio. Não houve vítimas. Dois dias depois, tropas atiraram contra um barco palestino na costa de Gaza e mataram pelo menos quatro pessoas. Os mortos seriam militantes do Fatah, organização política e militar rival do Hamas que controla a Cisjordânia.


 

Protestos
Os protestos contra Israel se estenderam para além do mundo árabe, em manifestações e boicotes na Europa, onde o Parlamento europeu reprovou a ação. Governos de todo o mundo, incluindo o Brasil, condenaram o ataque e pediram providências junto à Organização das Nações Unidas (ONU). O caso teve repercussão negativa inclusive entre judeus não ortodoxos e israelenses.

Um dos maiores danos no campo diplomático foi o desgaste das relações com a Turquia, um importante aliado de Israel no Oriente Médio e mediador de conflitos entre árabes e israelenses. A morte dos turcos (um deles com cidadania americana) levou o governo da Turquia a retirar o embaixador de Tel-Aviv - medidas também adotadas por Egito e Jordânia, estados árabes que apoiam Israel - e ameaçar romper laços diplomáticos. A Turquia tem governo islâmico e vinha desempenhando papel estratégico nos processos de paz na região.

A possível perda de aliados acontece num momento delicado, em que o governo israelense, junto com os Estados Unidos, tenta aprovar novas sanções contra o Irã, devido ao programa nuclear do país. Ao mesmo tempo, Israel resiste à pressão dos vizinhos para que elimine seus arsenais nucleares.

Passados três anos do bloqueio de Gaza, ficou claro que a medida é ineficiente. Os propósitos de Israel eram debilitar o Hamas diante os palestinos, impedir o armamento do grupo terrorista e forçar a libertação de Gilad Shalit, soldado israelense sequestrado há quatro anos. Nada disso foi conseguido. A população de Gaza não se rendeu pela fome, o Hamas continua recebendo armas por túneis na fronteira com o Egito e o soldado continua capturado.

Em dezembro de 2008, Israel bombardeou a Faixa de Gaza em represália a foguetes disparados pelo Hamas contra comunidades judaicas, deixando 1.400 mortos. Na época, parcela da opinião pública considerou o ataque israelense desproporcional.

 
Obama
Dessa vez, porém, o desequilíbrio no panorama do Oriente Médio pode ser maior. Prova disso é a perda de crédito com os Estados Unidos, aliado histórico de Israel e promotor de acordos de paz. Para analistas políticos, o apoio aos israelenses se tornou um fardo para o presidente Barack Obama, que no começo do mandato retomou o diálogo com os países árabes e rompeu com a política unilateral de seu antecessor no cargo, George W. Bush.

Mesmo sendo um dos poucos países a não condenarem a ação, o suporte que a Casa Branca oferece ao Estado israelense - financeiro, militar e político - nunca foi tão questionado entre a população, sobretudo entre os democratas (partido de Obama). Além disso, segundo alguns analistas, o incidente com a flotilha deixa os americanos, que já são alvos de grupos terroristas, em desvantagem nas negociações com o mundo árabe.

O caso lembra um ataque da marinha britânica contra o navio Êxodus, em julho de 1947, que levava sobreviventes do Holocausto. Os judeus tentavam imigrar para a Palestina, que era então controlada pelo Reino Unido, mas não tinham autorização do governo britânico. Três judeus foram mortos e os demais, cerca de 4.500 - entre homens, mulheres e crianças -, deportados para a Alemanha.

Na ocasião, as mortes a bordo do Êxodus favoreceram a campanha de reconhecimento do Estado judeu, criado em 1948. As manifestações que se seguiram ao ataque despertaram a simpatia pelos judeus, que haviam sido vítimas de um dos maiores massacres da história na Alemanha nazista. Quase 63 anos depois, a situação parece ter se invertido. O povo que levou a cultura e a democracia ocidentais para o mundo árabe hoje é visto, por parcela da opinião pública, como Golias enfrentando Davi.

domingo, 6 de junho de 2010

A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E ÁSIA


Causas da descolonização

  • A descolonização da Ásia e da África está relacionada com a decadência da Europa, motivada pela Primeira Guerra Mundial, pela crise de 1929 e Segunda Guerra Mundial.

  • Outro fator será o despertar do sentimento nacionalista na Ásia e na África,impulsionado pela decadência da Europa e pela Carta da ONU, que, em 1945, reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação. O ponto máximo do nacionalismo será a Conferência de Bandung (1955), ocorrida na Indonésia que estimulou as lutas pela independência.

  • A guerra fria e a polarização entre EUA (capitalismo) e a URSS (socialismo) também contribuiu para o fim dos impérios coloniais. Cada uma das superpotências via na descolonização uma oportunidade de ampliar suas influências políticas e econômicas.
    A Descolonização da Ásia:O processo de independência das áreas coloniais asiáticas foi por meio da guerra ou pacífica.

  • Independência da Índia:O processo de independência da Índia teve seu início na década de 1920, através do Partido do Congresso, sob a liderança de Mahatma Gandhi e Jawarhalal Nerhu. A campanha de Gandhi foi caracterizada pela desobediência civil, não-violência e resistência passiva. Em 1947, os ingleses reconheceram a independência da Índia. Em face das rivalidades religiosas o território foi dividido: a maioria hinduísta, governada por Nerhu formará a União Indiana; a parte islâmica, governada
    por Ali Junnah, formará o Paquistão. Em 1971 o Paquistão Oriental proclama sua independência do Paquistão Ocidental, surgindo a República do Bangladesh.

  • independência da Indonésia: O movimento de independência da Indonésia foi conduzido por Sukarno. A luta estendeu-se até 1949, quando a Holanda reconheceu a independência.
    Independência da Indochina: No ano de 1941, como resistência a ocupação japonesa, formou-se um movimento nacionalista – Vietminh – dirigido por Ho Chi Minh. Após a derrota japonesa na guerra foi proclamada a independência da República Democrática do Vietnã ( parte norte). Os franceses não reconheceram a independência e tentaram, a partir de 1946, recolonizar a Indochina, tendo início a Guerra da Indochina. Em 1954, na Conferência de Genebra foi reconhecida a independência da Indochina,
    dividida em Laos, Camboja e Vietnã (parte norte e parte sul). A mesma conferência estabeleceu que o paralelo 17 dividiria o Vietnã. Em 1956 formou-se a Frente de Libertação Nacional, contra o governo de Ngo Dinh Diem – apoiado pelos EUA. A Frente contou com o apoio do Vietcong (exército guerrilheiro). O cancelamento das eleições de 1960 deu início à guerra do Vietnã. O Vietcong contou com o apoio do Vietnã do Norte, e o governo de Ngo Dinh Diem dos EUA. A guerra perdurou até 1975, quando os Estados Unidos retiraram-se da região.

     
    A Descolonização da África.
    Independência do Egito: O Egito era um protetorado inglês ( a região possuía autonomia,
    supervisionada pela Inglaterra). O domínio inglês terminou em 1936, porém o canal de Suez continuou sob controle britânico.
    Independência da Argélia: O movimento nacionalista argelino começou em 1945. Liderada por muçulmanos este movimento inicial foi reprimido. As manifestações intensificaram-se após a fundação da Frente Nacional de Libertação – influenciada pelo fundamentalismo islâmico. A guerra de independência começou em 1954. Em 1957 ocorreu a Batalha de Argel – duramente reprimida pelo exército francês. No ano de 1962 houve a assinatura do acordo de Evian, ocorrendo o reconhecimento da
    independência argelina.
    O fim do império colonial português: Durante a década de 1950 começaram a se organizar movimentos
    separatistas em Angola, Moçambique e Guiné portuguesa.
    Em 1956 foi criado o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA),
    sob a liderança de Agostinho Neto. Posteriormente surgiram a FrenteNacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a
    Independência Total de Angola (UNITA):Após a independência de Angola, mediante o Acordo de Alvor em 1975, otrês grupos acima iniciaram uma guerra civil, na disputa pelo poder. A independência de Moçambique foi patrocinada pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), tendo como líder Samora Machel – que em 1960 iniciou um movimento de guerrilha. Portugal reconheceu a independência em 1975. No ano de 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). No ano de 1974 foireconhecida a independência da Guiné; em 1975 do Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe. Um importante fato que contribuiu para o fim do império colonial português
    foi a Revolução dos Cravos, que ocorreu em 25 de abril de 1974 e que marcou o fim do regime fascista (imposto por Oliveira Salazar e continuado por Américo Tomás e seu primeiro-ministro Marcelo Caetano). O novo governo de Portugal não ofereceu resistência para o reconhecimento da independência das colônias.

     
    As conseqüências da descolonização:
    o surgimento de novos países que, ao lado das nações latino
    americanas, formaram o bloco do Terceiro Mundo. Este bloco fica sob a dependência dos países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou de países socialistas (Segundo Mundo). A dependência deste bloco será responsável pela concentração de renda nos países ricos e pelo crescente endividamento externo dos países subdesenvolvidos, apresentando sérios problemas de saúde, educação, desnutrição, entre outros.

     

terça-feira, 1 de junho de 2010

ALGUMAS DICAS PARA RESOLUÇÃO DE PROVAS DE HISTÓRIA

Seja a prova de história analítico-expositiva ou de múltipla escolha, o candidato deve estar atento a três pontos:


Objetividade
  • Não basta ler o enunciado. É importante interpretá-lo e descobrir qual é a intenção do examinador.
  • Se a prova for analítico-expositiva, elabore sua resposta de forma objetiva: responda à pergunta.
  • Se a prova for de múltipla escolha, cuidado com alternativas sofismáticas. Elas induzem o candidato ao erro, são as pegadinhas. Às vezes, até sufixos e prefixos invalidam uma alternativa.
Relação entre os fatos
  • História do brasil e história geral estão separadas na grade curricular por razões pedagógicas.
  • História é processual, e o candidato deve ter visão de conjunto.
  • Exemplo: Para uma melhor análise do golpe de 1964 no Brasil, é preciso relacioná-lo ao contexto da Guerra Fria.

Interpretação

  •  Em história muitas interpretações são conflitantes, por causa dos pressupostos teórico-metodológicos.
  •  O candidato, provavelmente, não vai se deparar com discussões acadêmicas, mas terá que redobrar sua atenção quando uma questão ou teste envolver a análise de um texto (documento de época, fragmento de obra, artigo de jornal etc.)